quinta-feira, 24 de junho de 2010

RPreparação Física JIU JITSU

Dentro das atividades previstas durante a semana de treinamento do atleta Fábio Rusig foi realizado nas dependências do Laboratório de Fisiologia da UENP-Campus FAEFIJA (Faculdade Estadual de Educação Física e Fisioterapia de Jacarezinho) o teste de esforço na esteira, com o intuito de obter dados mais precisos a respeito da condição física do atleta possibilitando um treinamento mais individualizado.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

TREINAMENTO FUNCIONAL NO FUTEBOL

Com o passar dos anos a ciência aliada ao treinamento desportivo vem
buscando aperfeiçoar mecanismos de aplicação de treinamentos que busquem a excelência em rendimento através de métodos específicos de cada modalidade. Os esportes individuais no decorrer dos anos alcançaram
resultados mais diretos na busca pela especificidade da manipulação das
cargas de treinamento comparado aos esportes coletivos.



O futebol, dos esportes coletivos, sempre foi a modalidade que mais
impõe barreiras para a implantação de técnicas novas de treinamento que
visam não somente alto rendimento individual e coletivo, mas geram uma
adaptação ao organismo do atleta, proporcionando uma maior equilíbrio
muscular e com isso um menor risco de lesões muscular e articular.

O treinamento funcional tem como foco dentro do futebol dois objetivos
claros e interdependentes:

1- Melhora do movimento específico do futebolista durante as fases
mais intensas e decisivas do jogo;
2- Um maior equilíbrio das cadeias musculares, minimizando com isso
as chances de dores e lesões inerentes ao futebolista.
As vertentes que compõe o treinamento funcional dentro do futebol são:
treinamento de força, core e propriocepção.

A força é aplicada com o principal objetivo de melhora da resposta
muscular aos movimentos mais intensos e específicos do jogo. O treinamento
de força tem como função primária melhorar a ação motora do futebolista
dentro dos treinamentos e jogos. O futebol é um esporte misto e intermitente,
onde o atleta realiza diversas ações musculares intensas e curtas com longas
pausas para as novas ações. As ações motoras na fase ativa da partida, na
maior parte das vezes, são realizadas através de movimentos rápidos e
intensos com ação específica dos grandes grupos musculares.

A manipulação dos exercícios de força pretende dentro do futebol, criar
uma adaptação ao atleta, para poder realizar os movimentos com mais
intensidade e segurança, prorrogando ou diminuindo a chance de fadiga
muscular. As manifestações de força do futebolista são força máxima, força
explosiva e resistência de força explosiva.

Para o futebolista poder desempenhar o seu melhor desempenho
através do treinamento de força, o fortalecimento das suas articulações e bem
como seu centro de equilíbrio e controle deve ser treinado e aprimorado
através do treinamento do core e da propriocepção.

A região do core pode ser entendida com a conexão entre os membros
superiores e inferiores, se tornado a base do movimento de cada indivíduo,
pode ser entendido como o produto de um controle motor e da capacidade
muscular do complexo quadril-lombar-pelve.

Os movimentos realizados pelos membros são iniciados e
posteriormente equilibrados pela região do core. Com o core bem equilibrado e
fortalecido, o futebolista conseguirá realizar as ações musculares com maior
segurança, gerando mais força com menos gasto de energia e
conseqüentemente uma menor possibilidade de fadiga.




Contudo por mais força que o atleta conseguir realizar pelos membros e
por mais fortalecido e equilibrado estiver a região do core, de pouco adianta se
as articulações específicas não forem treinadas e fortalecidas da forma pontual
e correta. A propriocepção tem como principal característica o fortalecimento
das articulações correspondentes ao futebolista (tornozelo, quadril e joelho).
A propriocepção não age isoladamente na articulação, ela fortalece
também a musculatura que compõe cada articulação. O fortalecimento articular
através da propriocepção acontece através da estimulação dos receptores
(especialmente os mecanorreceptores), da estimulação ao fuso muscular e ao
órgão tendinoso de Golgi.

O treinamento funcional dentro do futebol é realizado dentro dessas três
vertentes (força, core e propriocepção). A principal diretriz para a aplicação
treinamento funcional dentro do futebol é conseguir aplicar cada uma das
vertentes de forma específica, simulando os exercícios com gestos iguais ou
parecidos com os realizados pelos futebolistas dentro dos treinos e jogos.

Os exercícios para serem específicos devem ser realizados pelos
grupamentos musculares específicos dos futebolistas, com a alta intensidade,
com a velocidade de movimento parecida com a de jogo, e com a freqüência
de movimentos próxima a da realidade encontrada em uma partida de futebol.

É possível o treinamento de forma integrada, com as três vertentes do
treinamento funcional estimuladas ao mesmo tempo, ou isolando cada uma das
vertentes em cada sessão de treino, essa divisão é pedagógica e pode evoluir
de acordo com aceitação e evolução dos atletas.

O treinamento funcional dentro do futebol não prioriza a prevenção de
lesões em detrimento ao alto rendimento, ele contribui para os dois objetivos
agirem em conjunto proporcionando ao futebolista moderno um maior
fortalecimento e equilíbrio muscular, potencializando o rendimento de forma
complexa e específica.


Sandro Sargentim
Preparador físico do S. C. Corinthians Paulista