Quando se fala em treinamento, alguns princípios básicos devem ser considerados para que sua aplicação possa trazer os benefícios esperados. Dentre esses princípios, estão: principio da individualidade, principio do desuso, principio da sobrecarga progressiva, principio do fácil/dificil, principio da periodização, e principio da especificidade.
Todos estes princípios possuem suas particularidades e importância dentro de um programa de treinamento, e, portanto devem ser considerados na montagem de um programa de exercícios. Neste artigo, daremos atenção à importância do principio da especificidade de treinamento.
Esta variável é muitas vezes esquecida dentro de uma programação de atividades onde se objetiva o aumento da performance, seja no esporte ou nas atividades cotidianas e, no entanto, acaba afetando de maneira considerável o resultado ao qual se busca.
O principio da especificidade, diz respeito às adaptações que o corpo humano sofre em relação à atividade física ao qual é submetido, sendo estas adaptações, especificas daquele determinado programa de exercícios. As adaptações estão relacionadas a ângulo de execução do exercício, metabolismo energético utilizado, substrato utilizado como fonte primaria de energia, qualidade física utilizada, quantidade de músculos e articulações envolvidas no movimento, dentre inúmeros outros fatores. Sendo assim, a transferência dos benefícios adquiridos numa determinada atividade, é precária em relação a uma outra. Por exemplo, o ganho de condicionamento aeróbio realizado na bicicleta ergométrica não será transferido ao condicionamento necessário para uma corrida.
O corpo humano é projetado para funcionar como uma unidade com os músculos disparando em seqüências especifica para produzir um movimento desejado. Em cada movimento, vários músculos estão envolvidos e todos eles realizam uma função diferente. O sistema nervoso central, responsável pela ativação muscular, é programado para integrar a cadeia cinética do movimento no qual envolve os músculos agonistas (motores primários), antagonistas (opostos aos motores primários), sinergistas (assistem aos motores primários), e a estabilidade das articulações enquanto os motores primários e os sinergistas realizam o movimento, e neutralizadores (que contra-agem uma ação não desejada de outros músculos).
Um novo conceito em treinamento vem surgindo no Brasil, o Treinamento Funcional. Este programa de exercícios visa melhorar a capacidade funcional através da atividade física, estimulando o corpo humano de maneira a adaptá-lo para as atividades do dia-a-dia, esporte, e reabilitações de lesões músculo-esqueléticas. No entanto, um aspecto de vital importância, a propriocepção, deve ser muito bem explorado neste tipo de treinamento. Isso porque esta “qualidade” é de extrema necessidade para as tarefas cotidianas, e esportivas.
A propriocepção pode ser definida como sendo uma variação especializada da modalidade sensorial do tato que compreende a sensação do movimento (sinestesia) e da posição articular. Este mecanismo ocorre através de receptores sensoriais especializados (proprioceptores) que estão presentes nos músculos, tendões, articulações, e pele, sendo responsáveis pela transmissão de impulsos referentes ao estiramento muscular e a freqüência de mudança no comprimento do músculo, a tensão muscular ativa, e posição articular estática e dinâmica, até o sistema nervoso central, de onde a resposta é originada.
Através dos sinais enviados ao SNC, partindo da pele, das articulações, e dos músculos, sobre a posição de cada parte do corpo em relação às outras, a velocidade do movimento, e o ângulo articular, entre outros; a postura do corpo humano é controlada diretamente através destes órgãos sensitivos, que tem entre suas principais funções a regulação do equilíbrio, a orientação do corpo e a prevenção de lesões.
Os exercícios realizados nos aparelhos convencionais de musculação (que possuem plano e eixo de movimento direcionados) diminuem drasticamente a exigência do equilíbrio, da coordenação, e dos padrões complexos da ativação muscular, que são qualidades primordiais no cotidiano. Enquanto que, a utilização de exercícios realizados com pesos livres, cabos, elásticos, superfícies instáveis, ou reduzida base de suporte, que exigirão de maneira significativa dos proprioceptores para a execução das atividades, traz um melhor beneficio a capacidade funcional do corpo.
O programa de exercícios funcionais além de “gerar” um corpo saudável e bem condicionado traz alguns benefícios, dentre os quais podemos citar:
• Desenvolvimento da consciência sinestésica e controle corporal;
• Melhoria da postura;
• Melhoria do equilíbrio muscular;
• Diminuição da incidência de lesão;
• Melhora da performance atlética;
• Tem efeito positivo na saúde da coluna vertebral (maior estabilidade);
• Aumento da eficiência dos movimentos;
• Melhora do equilíbrio estático e dinâmico
O treinamento funcional, capaz de melhorar as qualidades físicas como equilíbrio, força, coordenação motora, resistência central e periférica (cardiovascular e muscular), lateralidade, flexibilidade, e propriocepção, necessárias e indispensáveis para uma eficiente atividade diária e esportiva, deve ser prescrito individualmente para que atenda os objetivos pessoais nas situações especificas (cotidiano, esporte, reabilitações de lesões). Uma avaliação deve ser realizada para que se possam saber quais destas qualidades e quais os padrões de movimentos necessitarão de mais ou menos atenção na prescrição dos programas de exercícios, e sejam estimuladas corretamente.
Fonte: Campos, M.A., Neto, B. C. Treinamento funcional resistido: para melhoria da capacidade funcional e reabilitação de lesões músculo-esqueléticas. Editora Revinter. Rio de Janeiro-RJ, 2004.
Todos estes princípios possuem suas particularidades e importância dentro de um programa de treinamento, e, portanto devem ser considerados na montagem de um programa de exercícios. Neste artigo, daremos atenção à importância do principio da especificidade de treinamento.
Esta variável é muitas vezes esquecida dentro de uma programação de atividades onde se objetiva o aumento da performance, seja no esporte ou nas atividades cotidianas e, no entanto, acaba afetando de maneira considerável o resultado ao qual se busca.
O principio da especificidade, diz respeito às adaptações que o corpo humano sofre em relação à atividade física ao qual é submetido, sendo estas adaptações, especificas daquele determinado programa de exercícios. As adaptações estão relacionadas a ângulo de execução do exercício, metabolismo energético utilizado, substrato utilizado como fonte primaria de energia, qualidade física utilizada, quantidade de músculos e articulações envolvidas no movimento, dentre inúmeros outros fatores. Sendo assim, a transferência dos benefícios adquiridos numa determinada atividade, é precária em relação a uma outra. Por exemplo, o ganho de condicionamento aeróbio realizado na bicicleta ergométrica não será transferido ao condicionamento necessário para uma corrida.
O corpo humano é projetado para funcionar como uma unidade com os músculos disparando em seqüências especifica para produzir um movimento desejado. Em cada movimento, vários músculos estão envolvidos e todos eles realizam uma função diferente. O sistema nervoso central, responsável pela ativação muscular, é programado para integrar a cadeia cinética do movimento no qual envolve os músculos agonistas (motores primários), antagonistas (opostos aos motores primários), sinergistas (assistem aos motores primários), e a estabilidade das articulações enquanto os motores primários e os sinergistas realizam o movimento, e neutralizadores (que contra-agem uma ação não desejada de outros músculos).
Um novo conceito em treinamento vem surgindo no Brasil, o Treinamento Funcional. Este programa de exercícios visa melhorar a capacidade funcional através da atividade física, estimulando o corpo humano de maneira a adaptá-lo para as atividades do dia-a-dia, esporte, e reabilitações de lesões músculo-esqueléticas. No entanto, um aspecto de vital importância, a propriocepção, deve ser muito bem explorado neste tipo de treinamento. Isso porque esta “qualidade” é de extrema necessidade para as tarefas cotidianas, e esportivas.
A propriocepção pode ser definida como sendo uma variação especializada da modalidade sensorial do tato que compreende a sensação do movimento (sinestesia) e da posição articular. Este mecanismo ocorre através de receptores sensoriais especializados (proprioceptores) que estão presentes nos músculos, tendões, articulações, e pele, sendo responsáveis pela transmissão de impulsos referentes ao estiramento muscular e a freqüência de mudança no comprimento do músculo, a tensão muscular ativa, e posição articular estática e dinâmica, até o sistema nervoso central, de onde a resposta é originada.
Através dos sinais enviados ao SNC, partindo da pele, das articulações, e dos músculos, sobre a posição de cada parte do corpo em relação às outras, a velocidade do movimento, e o ângulo articular, entre outros; a postura do corpo humano é controlada diretamente através destes órgãos sensitivos, que tem entre suas principais funções a regulação do equilíbrio, a orientação do corpo e a prevenção de lesões.
Os exercícios realizados nos aparelhos convencionais de musculação (que possuem plano e eixo de movimento direcionados) diminuem drasticamente a exigência do equilíbrio, da coordenação, e dos padrões complexos da ativação muscular, que são qualidades primordiais no cotidiano. Enquanto que, a utilização de exercícios realizados com pesos livres, cabos, elásticos, superfícies instáveis, ou reduzida base de suporte, que exigirão de maneira significativa dos proprioceptores para a execução das atividades, traz um melhor beneficio a capacidade funcional do corpo.
O programa de exercícios funcionais além de “gerar” um corpo saudável e bem condicionado traz alguns benefícios, dentre os quais podemos citar:
• Desenvolvimento da consciência sinestésica e controle corporal;
• Melhoria da postura;
• Melhoria do equilíbrio muscular;
• Diminuição da incidência de lesão;
• Melhora da performance atlética;
• Tem efeito positivo na saúde da coluna vertebral (maior estabilidade);
• Aumento da eficiência dos movimentos;
• Melhora do equilíbrio estático e dinâmico
O treinamento funcional, capaz de melhorar as qualidades físicas como equilíbrio, força, coordenação motora, resistência central e periférica (cardiovascular e muscular), lateralidade, flexibilidade, e propriocepção, necessárias e indispensáveis para uma eficiente atividade diária e esportiva, deve ser prescrito individualmente para que atenda os objetivos pessoais nas situações especificas (cotidiano, esporte, reabilitações de lesões). Uma avaliação deve ser realizada para que se possam saber quais destas qualidades e quais os padrões de movimentos necessitarão de mais ou menos atenção na prescrição dos programas de exercícios, e sejam estimuladas corretamente.
Fonte: Campos, M.A., Neto, B. C. Treinamento funcional resistido: para melhoria da capacidade funcional e reabilitação de lesões músculo-esqueléticas. Editora Revinter. Rio de Janeiro-RJ, 2004.
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